sexta-feira, 24 de maio de 2013

QUINTAS DO PORTO E ARREDORES - VI

2.13.10 - Quinta do Sardão

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Almeida Garrett nasceu no Porto em 4 de Fevereiro de 1799. Foi muito pequenino para a Quinta do Castelo em Gaia, mas a sua juventude foi passada na Quinta do Sardão. A este propósito escreveu o seguinte:
“ Eu passei os primeiros anos da minha vida entre duas quintas, a pequena Quinta do Castelo, que era de meu pai, e a grande Quinta do Sardão que era, e ainda é, da família do meu avô materno, José Bento Leitão; ambas eram ao sul do Douro, ambas perto do Porto, mas tão isoladas e tão fora do contacto da cidade que era perfeitamente do campo a vida que ali vivíamos… uma parda velha, a boa Rosa de Lima de quem eu era o menino bonito entre todos os rapazes e por quem ainda choro de saudades apesar do muito que me ralhava às vezes, era a cronista mor da família… contava-me ela, entre mil bruxarias e coisas do outro mundo em que piamente acreditava…que, do meu avô, por exemplo, diziam que tinha sido apanhado embrulhado num lençol, passeando à meia noite em cima dos arcos que trazem a água para a quinta”



Construído em 1720 por José Bento Leitão, avô materno de Almeida Garrett, que trazia água de Vilar de Andorinho para a Quinta do Sardão.


Em 1879 a família de Almeida Garrett ofereceu a quinta às Irmãs Doroteias, onde instalaram um colégio.


Colégio do Sardão


2.13.11 - Quinta de Fiães ou de Santo Inácio


A Quinta e a Casa de Fiães, actual quinta de Santo Inácio, datam possivelmente do século XVIII. Propriedade da família Van Zeller a partir do último quartel de setecentos, a Quinta está ligada à história da horticultura portuense desde Francisco Van Zeller (1774-1852), responsável pela introdução oficial, entre 1808 e 1810, das camélias no nosso país, trazidas justamente para a Quinta de Fiães, onde ainda hoje podem ser admiradas. Além das camélias, os jardins de Fiães, exemplarmente recriados há poucos anos aquando da abertura da Quinta ao público, incluem roseirais e mixed-borders no jardim formal e, no jardim romântico, uma grande colecção de azáleas e rododendros. Na transição entre o jardim romântico e o bosque destacam-se alguns raros eucaliptos monumentais plantados por Roberto Van Zeller (1815-1868), entre eles um dos maiores Eucalyptus obliqua do nosso país. Desde cedo se revelou o interesse desta família pela Natureza. Foi pelas suas mãos, e acompanhado pelo ilustre portuense Alfredo Allen, que se organizou a primeira feira agrícola internacional em Portugal, no ano de 1857.
A 10 de Junho de 2000 o Zoo Santo Inácio abriu as portas ao público. Neste parque vivem mais de 200 espécies de animais exóticos.


Pedro van Zeller – 1736/1802


Casa da quinta de Fiãis ou Santo Inácio – Sousa Viterbo diz que Roberto Van Zeller colocou aqui “duas colunas de granito que teriam pertencido à Nobre Porta da Ribeira da medieval Muralha Fernandina”.


Dedicada a Santo Inácio de Loyola, tem uma pintura a óleo representando o milagre da Virgem quando lhe apareceu e imagens deste santo e de S. Francisco Xavier.


Jardim – foto de Manuela Ramos


Camélias



Fotos de Margarida Bico


Lago e bosque



Eucaliptos centenários com mais de 45 metros de altura e terá sido plantado em 1870 – Foto de Manuela Ramos.


Feira Agricola de 12 a 14/7/1857 – a primeira realizada em Portugal pela Sociedade Agrícola do Porto em que, entre os seus directores, se encontravam Roberto van Zeller e Alfredo Allen.


2.13.12 - Quinta das Devesas


Sobre a quinta das Devesas nada encontrámos até ao ano de 1865.
Em O TRIPEIRO VI série, ano XII encontrámos um texto que se refere ao escultor José Joaquim Teixeira Lopes (1837-1918), nascido em S. Mamede de Riba Tua, que veio para o Porto com 12 anos e aqui aprendeu e exerceu a sua actividade. Foi ele que fez a estátua de D. Pedro V, na Batalha, com pouco mais de 20 anos. Eis o texto:



José Joaquim Teixeira Lopes (1837-1918), chamado de Teixeira Lopes (pai)



Fábrica de Cerâmica das Devesas


Depósito da Fábrica de Cerâmica das Devesas na Rua D. Carlos, agora Rua de José Falcão. Iniciada em 1899 para exposição e armazém dos produtos da fábrica. Foi ,a partir de 1920, a Sociedade de Anilinas, ligada à Bayer.
“Devesas" foi uma das primeiras, senão a primeira, fábrica de cerâmica da Península na sua época"- atesta Ramiro Mourão. José Queiroz, no seu livro "Cerâmica Portuguesa", assegura que: " Pela quantidade, qualidade e variedade dos seus produtos, é uma das mais importantes fábricas do país".
Fundada em1865 na Quinta das Devesas, em Vila Nova de Gaia, junto á estação de caminho de ferro das Devesas, em 1881 emprega 180 indivíduos e em 1897 o número de operários subia já a 700, de ambos os sexos. A fábrica conhecida como a "Fábrica do Costa", foi fundada por António Almeida Costa em nome individual e, mais tarde constitui a sociedadeAntónio Almeida Costa & C.ª, em que agrega José Joaquim Teixeira Lopes (que frequentara a Escola de Belas Artes do Porto e a Escola Imperial de Paris) e Feliciano Rodrigues da Rocha, trabalhadores da empresa. O primeiro fica com a direcção financeira e negócios sociais, o segundo com a modelação das esculturas e a sua administração e o terceiro com a escrituração e cobrança.” Site da Fac. Engenharia da UP.



Azulejos da Cerâmica das Devesas

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