segunda-feira, 31 de março de 2014

VÍVERES QUE ANUALMENTE SE GASTAM NA CIDADE - XI

3.9 - Frutas e legumes - VII


Avenida da Boavista, cruzamento com as Ruas de Agramonte e 15 de Novembro. Quando ainda havia plátanos nas laterais e as linhas dos eléctricos traçavam os pneus dos automóveis.


Capela e secretaria do Cemitério de Agramonte

“A 2 de Agosto de 1832, por motivos de ordem estratégica D. Pedro IV deu ordem para queimar e arrasar a importante casa de campo, muros e árvores da bela quinta de Agramonte, uma das mais formosas e produtivas dos subúrbios do Porto. D. Pedro foi pessoalmente levar a notícia, à viúva de Joaquim Pinho de Sousa e apresentar-lhe as suas desculpas, e assegurar-lhe que seria a primeira a ser indemnizada pelo seu justo valor logo que as circunstâncias o permitissem. Afinal parece que tal nunca sucedeu, apesar de repetidos requerimentos do tutor dos menores. Continuou um monte inculto até ser expropriado, em 1855, por uma quantia “miserável” para se construir um cemitério.” – texto coligido por Jorge Rodrigues.
Os cemitérios públicos portugueses foram oficialmente criados em 1835. Em 1855 a situação dos cemitérios no Porto alterou-se radicalmente, já que se deu uma grande epidemia de cólera. As autoridades civis conseguiram fechar os cemitérios privativos que não tinham condições e, paralelamente, mandaram construir, de forma apressada, um novo cemitério municipal: Agramonte.
O cemitério de Agramonte em finais do século XIX, tornou-se o modelo preferido para os cemitérios mais pequenos da cidade do Porto e arredores, sobretudo pelo facto de prestigiadas Ordens Terceiras da cidade terem estabelecido ali os seus cemitérios privativos (Carmo, Trindade e S. Francisco), que rapidamente se encheram de belos monumentos. Sendo assim, os cemitérios do Prado do Repouso e Agramonte são também verdadeiros "museus da morte". A Capela Geral do Cemitério de Agramonte, cuja construção foi aprovada pela Câmara Municipal do Porto em 24 de Maio de 1866, substituiu a capela original que era de madeira e existia desde a inauguração do Cemitério no ano de 1855. 
A planta é da autoria do Eng. Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa, Director e professor do Instituto Industrial do Porto. As obras de construção iniciaram-se em 1870/71, sendo inaugurada em 1874. Esta capela foi posteriormente alterada relativamente á capela-mor, que ficou com configuração redonda, saliente em relação ao edifício. Deve assinalar-se que o projecto da capela-mor, para ampliação da Capela, é da autoria do Arquitecto Municipal José Marques da Silva e datado de 22 de Fevereiro de 1906. 




Interior da Capela do Cemitério de Agramonte


Jazigo Municipal




Capela da família dos Condes da Santiago de Lobão – foto de Teodósio Dias


Jazigo do Conde de Ferreira

Joaquim Ferreira dos Santos (Porto 1782-1866) foi comerciante e filantropo. Tendo conseguido grande fortuna no Brasil e em África, em boa parte pelo tráfico de escravos de Angola para o Brasil, após o seu regresso a Portugal dedicou-se à filantropia. Fez construir 120 escolas primárias e contribuiu com valiosos donativos para a S. C. M. do Porto. Tendo contribuído financeiramente para causa de D. Maria II esta fê-lo conde em 1856. Com a sua herança foi construído um hospital para doentes mentais, que ainda ostenta o seu nome.



Jazigo aos mortos do incêndio do Teatro Baquet, de 21 de Março de 1888


Capela do Bom Sucesso –foto Frederick Flower – 1849-1859


A casa e a Capela da Quinta do Bom Sucesso estão, hoje, integradas no complexo Cidade do Porto


Mercado do Bom Sucesso




Foto de Francisco Oliveira

A Câmara Municipal do Porto contratou a empresa ARS Arquitectos, dos Arquitectos Fortunato Leal, Cunha Leão e Morais Soares, para desenhar um novo mercado municipal para a cidade. O edifício foi projectado em 1949 e as obras iniciaram-se em 1951 sendo o novo edifício marcado por uma arquitectura moderna com uma boa iluminação natural. Foi inaugurado em 1 de Julho de 1952. Tem três pisos, de forma a aproveitar o declive natural da área, sendo bordejado com lojas independentes. Outra particularidade é a separação zonal do mercado, situando-se a peixaria num nível inferior de forma a permitir um melhor arejamento. O primeiro piso contém ainda uma galeria que circunda o mercado na qual podemos encontrar lojas independentes, como talhos e padarias.

Inauguração do Mercado do Bom Sucesso – 28/5/1952 - vídeo



A recuperação arquitectónica esteve a cargo do gabinete de Arquitectura F.A.A (Ferreira de Almeida Arquitectos). Orçada em 10 milhões de euros, a obra começou em Agosto de 2012 e, no dia 14 de Junho de 2013, o Bom Sucesso renovado abriu ao público, com 44 bancas no centro do espaço, 14 lojas nos corredores e 12 espaços dedicados à venda de produtos frescos, localizados por debaixo da zona de escritórios (este volume, construído no interior do emblemático edifício, acolhe a Fundação António da Mota). Do outro lado do mercado foi construído um segundo volume onde se localiza o Hotel da Música, um investimento de 8 milhões de euros do grupo Hoti Hotéis, que conta com 85 quartos, o restaurante Bom Sucesso Gourmet – onde, para além da ementa habitual, o chefe confecciona o que os clientes comprarem no mercado.


Houve mais dois mercados, um no Largo da Aguardente (Marquês) e no Poço das Patas (Praça 24 de Agosto) que foram construídos pela CMP, mas que pouco tempo duraram, pois os moradores dessas zonas não os procuravam para o seu abastecimento. Foram demolidos e o seu material vendido à Câmara de Aveiro que o empregou na construção do mercado da antiga Praça do Côjo.


Aveiro nos fins do século XIX (1890): Largo de Luís Cipriano Coelho de Magalhães, antigo Presidente do Município de Aveiro e pai de José Estêvão. Neste local se realizava a praça de hortaliça e da fruta. À direita, a casa com as Alminhas do Côjo e a barbearia de António de Lemos Júnior.

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