segunda-feira, 28 de julho de 2014

OUTRAS IGREJAS DO PORTO - VIII

3.11.7 - Couto, Freguesia e Igreja da Foz do Douro - III


Cemitério da Foz do Douro



Mausoléu do Padre Moura – 2 fotos de "Tesouro Barroco da Foz do Douro"


“José dos Santos Ferreira Moura, nasceu no dia 29 de Abril de 1839, na casa de seus pais, situada no lugar de Ervedosa - freguesia de S. Pedro da Cova, concelho de Gondomar.José, o nosso futuro Padre, foi o terceiro filho do casal, foi baptizado no dia 5 de Maio, na Igreja (hoje inexistente) de S. Pedro da Cova,Foi nas Têmporas do Advento, sábado 22 de Dezembro de 1860, que o Arcebispo D. José Joaquim de Azevedo Moura lhe conferiu, na capela do Paço Arquiepiscopal, a primeira das Ordens Maiores. Em idênticas circunstâncias, recebeu o Diaconado a 25 de Maio de 1861. Passado um ano e tal, nas Têmporas de Setembro de 1862, concluídas as aulas do Seminário e prévios exames e preparação espiritual, recebeu finalmente a Ordenação Sacerdotal.Por morte do Abade da freguesia de São João da Foz do Douro, Padre Alexandre de S. Tomás Pereira, foi o capelão de Corpus Christi nomeado pároco do Foz em 20 de Fevereiro de 1873. A 7 de Novembro de 1876, o Padre José dos Santos Ferreira Moura, passou de simples pároco encomendado a abade colado da freguesia. Tomou posse deste a 12 no mesmo mês e ano, e o seu relacionamento com a população decorreu da melhor forma.A Caridade era para o Padre José Moura o meio mais perfeito de identificação com o Divino Mestre. E se os seus sermões realçavam o valor desta virtude teóloga, as suas acções eram um exemplo vivo da sua prática, o exemplo dum verdadeiro cristão. O Padre José Moura foi um pároco exemplar, esforçando-se sempre por dignificar o culto divino através de várias manifestações. Dava especial importância à festa da Primeira Comunhão e do Crisma.No campo social, para além de ter criado a Banda Marcial da Foz, foi um dos criadores, em 1877, da Associação de Socorros Mútuos da Foz do Douro, hoje já desaparecida.No dia 22 de Maio de 1887, o Padre José Moura, foi fazer uma prática na Capela de Nosso Senhor da Ajuda, em Lordelo, como tantas vezes o tinha feito. Todavia, já no final do sermão, sentiu-se mal - um resfriamento que rapidamente se tornou em pneumonia dupla. Apesar dos cuidados intensivos de três médicos seus amigos, da presença de enfermeiros e amigos, Deus quis oferecer-lhe um lugar melhor e levou-o em apenas quinze dias. No dia 6 de Junho pela manhã, compreendeu perfeitamente que se aproximava o termo da vida e pediu pela segunda vez a Comunhão. Perto das 2 horas da tarde, pediu a Extrema Unção. Depois desta pediu que lhe dessem um pequeno Crucifixo que possuía, e com ele nas mãos juntas principiou a rezar o Miserere. Num dado momento a boca ficou semi aberta, como interrompida na articulação duma palavra. Eram 15 horas e um quarto - Morrera. Tinha apenas 48 anos de idade, uma vida de dedicação que não acaba aqui. O seu túmulo tornou-se, desde então, um local quase de peregrinação. Tal como em vida, mesmo depois da morte, muitos são os que o procuram, na esperança de uma ajuda.No ano de 1924, devido a obras de terraplanagem no cemitério, foi necessário elevar o jazigo do Padre Moura ao nível do terreno. Durante essas obras descobriu-se que o corpo estava bem conservado. Logo uma multidão se aglomerou no cemitério da Foz quando a notícia se espalhou. Apesar dos protestos da maioria das pessoas ali presentes, que exigiam que o corpo fosse exposto, o caixão foi novamente fechado e introduzido no jazigo.Todavia não tinha ficado convenientemente fechado, pelo que passados 5 meses, o delegado da Confraria do Santíssimo Sacramento, encarregado de cuidar do mausoléu, requereu autorização à junta da Paróquia para o selar. Tendo obtido a respectiva autorização, quando se preparava para o fazer, juntou-se uma enorme multidão que exigia que o corpo do Abade Moura ficasse em exposição, a bem ou a mal. Perante tal situação, foi o corpo exposto, tendo o povo desfilado em silêncio junto à urna, com a promessa de que futuramente ficaria em exposição.
Nessa altura a Confraria encarregou dois médicos para fazerem um exame rigoroso para se determinar as causas da não decomposição do corpo do Abade Moura.
No final do relatório sobre o exame, apresentado a 4 de Novembro de 1924, pode ler-se:”…As condições de exposição necessárias para a mumificação, não são permitidas pela natureza do terreno do cemitério nem pelas condições de inumação, que, aliás, foram as de todos os outros, os quais em 37 anos se consumiram inteiramente. As razões desta ordem, bem como as conclusões do exame, levam os declarantes a afirmar que o fenómeno a que acabam de fazer referência é invulgar e insatisfatoriamente explicado pelos dados da ciência.” 
Como era da vontade geral que o corpo do Abade Moura ficasse permanentemente em exposição, construiu-se uma outra comissão encarregada de angariar fundos para a construção de um mausoléu ,mais sumptuoso e com capela anexa. A 6 de Junho de 1927, no 40º aniversário da sua morte, o corpo foi revestido de novas e mais ricas vestes sacerdotais, e encerrado numa urna de cristal. Entretanto foi submetido à prova da cal, uma forma de ver se o corpo se decompunha, o que não aconteceu. 
No dia 24 de Agosto de 1929, foi a urna definitivamente colocada no túmulo de mármore do novo mausoléu, só completado em 1938 e aonde repousa até hoje. In padremoura.org 


Bênção da Capela do Mausoléu do Padre Moura pelo Bispo D. Agostinho de Jesus e Sousa – 31/10/1946



Brasão dos Tavares e Távora no cemitério da Foz do Douro


Desenho no álbum Recantos Típicos da Foz, de Salgado Guimarães, editado em 1982.

“No primeiro terço do séc. XIX, resultante da vitória dos adeptos de D. Pedro, terminou o Couto, a Administração Beneditina na Foz do Douro. Foi assim criado o Concelho de S. João da Foz do Douro, com uma só freguesia de área tão reduzida e paredes-meias com a Cidade do Porto, que não podia subsistir muito tempo. Dezoito meses foi a sua existência. A sua sede situava-se na rua Direita (mais tarde rua Central e posteriormente rua do Padre Luís Cabral) numa casa fronteira à Capela de Santa Anastácia. A primeira Comissão Municipal, interina em 1834, era constituída por José Gonçalves Araújo, presidente, António José Silva, vereador Fiscal e José Monteiro Salazar, vereador. Três cidadãos que a 21 de Setembro do mesmo ano deram poderes e aceitaram o juramento de fidelidade a Rainha e à Carta Constitucional de cinco elementos, presididos por José da Silva Ferreira para iniciarem a municipalidade na Foz do Douro. A primeira importante medida administrativa tomada, após a posse, tratou a iluminação da Vila para a qual foi lançado um imposto de 2 reis em cada arrátel de carne.
Extraído de “Retalhos da Velha Foz” do Dr. Fernando Russell Cortez, artigos publicados no jornal O Progresso da Foz em 1978/79".
Esta casa também serviu de cadeia do concelho. 
Os habitantes da Foz queixavam-se que os impostos cobrados pelo Couto dos Beneditinos eram muito elevados, pelo que apoiaram a criação do Concelho. Após as eleições ficaram muito desiludidos pois, a câmara, logo que eleita, aumentou-os para o pagamento dos ordenados do Presidente e outros membros da autarquia. 


“Foto da casa onde terá funcionado a Câmara Municipal. Mais tarde, após a integração da Foz do Douro na cidade do Porto, funcionou também nesta casa a Junta da Paróquia, assim designada. Posteriormente foi erguida a sede actual da Junta de Freguesia, no terreno do Cemitério. Consta que a coveiro ao serviço no cemitério à época teve direito a habitação, bem como a família, nos baixos da autarquia, por ter trabalhado voluntariamente na construção da sede. Situação que se manteve ainda para além da viragem democrática em 1974. O Último coveiro a viver nos baixos da sede da Junta foi Manuel Guedes Paiva e Silva”. In A nossa Foz do Douro


Antiga Junta de Freguesia da Foz do Douro, ao lado do cemitério.


Em 29/9/2012 foi criada a União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, tendo a junta passado para a Rua da Vilarinha.

Das Memórias Paroquiais de 1758:



Mercado da Foz do Douro - vídeo 

“O Mercado da Foz, que completa hoje setenta anos de actividade, foi mandado edificar pela Câmara Municipal do Porto porque a Foz do Douro, e a sua área envolvente, era, à época, uma zona com muitos lavradores que sentiam necessidade de um local onde pudessem escoar os produtos agrícolas que produziam. Mas o município só decidiu construí-lo porque no Mercado Ferreira Borges se ia registando enorme perda de clientes. Esse Mercado esteve para ser transferido para a Foz do Douro em 1906, tendo em conta que já nessa altura havia na vereação quem defendesse que era a melhor solução. Mas nunca se deu tal transferência. Assim, para a construção do Mercado da Foz foi comprado um terreno pela Câmara Municipal, de lavradio, com 6.613 metros quadrados, sito à rua da Cerca, na parte que hoje é avenida do Marechal Gomes da Costa e o caminho da Ervilha", conforme refere o Boletim Municipal do Porto, em 1936. Veio a ser inaugurado a 15 de janeiro de 1944, precisamente quatro anos depois da aprovação, pela edilidade do Porto, do projecto do arranjo urbanístico da zona da avenida do Marechal Gomes da Costa.(Texto de Agostinho Barbosa Pereira, publicado na página "A Nossa Foz do Douro", em 15/01/2014)”.

Foz do Douro - documentário 

Vistas do ar 

Nuno Augusto Monteiro de Campos Moura 
A Foz do Douro: evolução urbana 
repositorio-aberto.up.pt/bitstream/.../mestnunomourafoz000084807.pdf

sexta-feira, 25 de julho de 2014

OUTRAS IGREJAS DO PORTO - VII

3.11.7 - Couto, Freguesia e Igreja de S. João da Foz do Douro - II



Passos do Passeio Alegre – tinha um coberto e uma porta que foram retirados – construídos entre 1752 e 1767 com desenho de Manuel dos Santos Porto


Passos de Alto de Vila


Senhor dos Aflitos, Coração de Jesus e Coração de Maria nos Passos de Alto de Vila


Capela dos Passos de Santa Anastácia


Capela dos Passos da Rua da Bica

Do livro Tesouro Barroco da Foz, do Cónego Rui Osório, apresentamos o seguinte texto:


Andor da Senhora da Lapa integrada na procissão dos Passos – supõe-se que terá sido a única vez que saiu da capela.


Procissão entrando na Rua da Senhora da Luz

Procissão do Senhor dos Passos - Foz do Douro - 1972 - fotos enviadas pelo nosso leitor Alberto Guimarães

segunda-feira, 21 de julho de 2014

OUTRAS IGREJAS DO PORTO - VI

3.11.7 - Couto, Freguesia e Igreja de S. João da Foz do Douro - I


Mapa da Foz do Douro de Teodoro de Sousa Maldonado - 1789


Do estudo de Isabel Queirós - "A reabilitação da barra do Douro no século XVI: um desafio urbanístico à talassocracia atlântica", retiramos algumas passagens:

“A actual freguesia da Foz do Douro coincide com a antiga paróquia de S. João da Foz do Douro, a qual permaneceu como couto do mosteiro beneditino de Santo Tirso até ao século XIX. 
A sua antiguidade é atestada pelo primeiro documento que a refere datado de 1145. Trata-se da carta de doação da ermida de S. João da Foz do Douro por D. Afonso Henriques a Roberto e aos seus cenobitas de Santa Maria e de S. Miguel Arcanjo de Riba Paiva. Além da ermida o monarca doa igualmente todas as propriedades que lhe estavam subordinadas. Em 1211, D. Mafalda faz e confirma a doação da ermida e couto a D. Mendo, abade do mosteiro de Santo Tirso. Na segunda metade do século XII existia no local uma ermida que desde o início do século XIII fica sob jurisdição do mosteiro de Santo Tirso. 
Trabalhos de prospecção arqueológica realizados nas últimas décadas do século passado revelam uma ocupação anterior à igreja quinhentista de S. João Baptista. Estas pesquisas divulgam um edifício de planta longitudinal, constituído por corpo rectangular e cabeceira quadrangular mais estreita, sob os alicerces da igreja posterior, associam-no à ermida mencionada na carta de doação de 1145 e definem-no como proto-românico, datável do início do século IX. A autora defende que a poente da cabeceira do templo se situaria o mosteiro. Não encontramos qualquer menção a outras construções relevantes no lugar de S. João da Foz até ao século XVI...


Foto de Fotolândia (Pereira de Sousa) do livro Tesouro do Barroco da Foz do Douro, Cónego Rui Osório


Capela de S. Miguel o Anjo e Forte de S. João da Foz – gravura que se supõe ser de Manuel Marques de Aguilar – em destaque a cúpula da Igreja renascentista (1542) dentro do Castelo.

“Em meados do século XVII foi produzida uma breve resenha histórica, destinada a inaugurar um Tombo da igreja e couto de S. João da Foz, que refere o mecenato de D. Miguel da Silva no dito couto e da qual devemos reter as seguintes informações: “Este Commendatario fez neste lugar cousas de muita consideração, como foi a Igreja de S. João cousa mui grandiosa, e tal que a ella encostarão o Castello e fortaleza…
Em 1758, no âmbito da produção das Memórias Paroquiais, a freguesia de S. João da Foz é descrita nos seguintes termos: “Estâ cituado este lugar â beyra do Mar, e Rio Douro quazi em planicia próximo á barra da Cidade do Porto…” “Este lugar tem um Castello, ou Fortaleza, que defende a barra … Foy antigamente Convento dos Monges de S. Bento e se conservão dentre da mesma Fortalleza a Capella Mor, que he da Igreja do mesmo Mosteyro, e hoje serve de Capella da mesma Fortalleza, e as paredes da mesma Igreja, e se devizão muytos vestígios, em que se verifica ter sido Mosteyro; e quando este Reyno esteve debayxo do jugo de Espanha, achando o Snr. Rey Phelippe Segundo que o citio, em que está fundada a Fortalleza, se fazia precizo pera defença desta barra, deo aos ditos Monges huã ajuda de custo pêra fabricarem novo Mosteyro, e com effeyto o fundarão no meyo deste Lugar.”
Segundo o Cónego Rui Osório, no seu livro Tesouro Barroco da Foz do Douro, “…a paróquia tornar-se-ia autónoma em 1216, desmembrando-se de S. Martinho de Lordelo. Para isso foi necessário o consenso do pároco e dos padroeiros de Lordelo, para além da intervenção activa do Bispo e do Cabido da Sé portucalense , que assinaram o documento.” 


Capela-Farol de S. Miguel o Anjo – Indicadas as passagem dos barcos - pormenor do mapa de Teodoro de Sousa Maldonado - 1789.



Esta Capela-farol é, exteriormente quadrada, mas oitavada no interior.


Fotolândia (Pereira de Sousa)


“fez hum farol que ja não ha pera de noite mostrar a barra as Embarcasoes que quisessem entrar, fez huã guarita dentro na agoa que he como balisa a modo de padrão, pera se desviarem as embarcasoes do penedo que esta iunto a ella; fez na Cantareira hua Ermida de Nossa Sora obra reall grandiosa, de meã laranja, e em hum lenço della pera a parte do Rio pos hum letreiro…”.


“…A inscrição da capela e a transcrita no Comércio do Porto fazem também referência às datas de conclusão das obras. A primeira indica-nos como data de conclusão do edifício 1528, nesse mesmo ano D. Miguel da Silva passou uma longa temporada em Santo Tirso durante a qual fez duas incursões ao couto de S. João da Foz em Agosto e em Outubro. A segunda revela que a construção dos restantes edifícios de sinalização se encontrava concluída em 1536, ano em que D. Miguel passa os meses de Novembro e Dezembro no couto de S. João da Foz”.
Diz a inscrição: "Miguel da Silva, bispo eleito de Viseu, mandou construir esta torre para dirigir a navegação, ele mesmo deu e consignou campos comprados com o seu dinheiro, com o rendimento dos quais foram acesos fogos de noite perpetuamente na torre, no ano de 1527".


Pormenor do mapa de Teodoro de Sousa Maldonado - 1789



"A mesma fonte documental refere que o lugar possui cinco ermidas, das quais destacamos duas: a de Nossa Senhora da Luz e a do Anjo. A primeira “… com uma Torre Velha Unida, tudo feito por um Abbade de Santo Thyrço, e na Torre tem as suas armas. Estâ cituada fora do Lugar para aparte do Norte dois, ou três tiros de espingarda, mais elevada, que a Povoação, e na mesma distancia do Mar. Do Terreyro, e porta principal della se descobrem as embarcações, em grande distância, que fazem viagem pera as partes do Norte e do Sul, e a barra do Porto, que lhe dista pouco.” A denominada ermida do Anjo foi igualmente “…edificada por hum Abbade de Santo Thyrço sobre um penhasco em forma de huã torre estreyta, e apertada sobre o Rio Douro fora da povoação hum tiro de espingarda; Serve de baliza âos navios, que entrão, e sahem pella barra, pera se desviarem das pedras, que estão debayxo d’agoa.”



Igreja da Foz vista do lado da Esplanada do Castelo


Vista por entre os obeliscos da Quinta da Prelada trazidos para o Passeio Alegre em 1938


Vista do Passeio Alegre


Foto site SNPC


S. João Baptista, na frontaria da igreja

“A necessidade de uma igreja na Foz do Douro fez-se sentir no final do segundo quartel do século XVII, em consequência das obras efectuadas no Forte de São João da Foz, que alteraram o normal funcionamento da igreja matriz situada no seu interior.
Assim, e em 1640, foram doados uns “Palácios”, sitos na Foz, ao Mosteiro de Santo Tirso, que imediatamente iniciou a sua adaptação a igreja paroquial, comprometendo-se ainda a custear a construção da capela-mor. Mais tarde, e de acordo com Magalhães Basto, o corpo da igreja terá sido modificado. No entanto, estas obras, exclusivamente financiadas com os inconstantes rendimentos do couto da Foz, foram muito demoradas – a nova capela-mor, cuja primeira pedra foi lançada entre 1709 e 1712, só se concluiu em 1726 / 27.
As campanhas arquitectónicas e decorativas sucederam-se durante a primeira metade do século XVIII. Entre 1713 e 1715 construíram-se os retábulos do Bom Sucesso, do Senhor Jesus, da Senhora do Rosário, e de Santa Gertrudes, dotados das respectivas imagens. Em 1728 iniciou-se, na igreja, a construção da abóbada, torres, novo frontispício, remate do arco sobre a capela-mor, pátio em frente, e levantamento do coro; obras que estariam concluídas em 1733.
No ano seguinte, 1734, foi assinado o contrato para a realização do retábulo da capela-mor com os mestres entalhadores Manuel da Rocha e Manuel da Costa Andrade, mas sob desenho de Miguel Francisco da Silva, autor dos retábulos das igrejas de Santo Ildefonso e São Francisco, entre outros. Este deveria estar pronto em 1735. No entanto, a campanha decorativa prolongou-se e o retábulo foi alterado ao gosto do novo Abade, que acrescentou ainda às obras em curso a construção dos presbitérios e das escadas da capela-mor, tendo mandado executar o altar de pedra de ara e o frontal de talha da capela-mor.
Resulta desta extensa campanha uma igreja barroca, de planta longitudinal, nave única, seis capelas colaterais e capela-mor, todas com retábulos de talha dourada. Na fachada, o portal emoldurado e rematado por frontão circular interrompido é encimado por um nicho onde se exibe a imagem de São João Baptista. Nos nichos laterais figuraram, outrora, as imagens de São Bento e Santa Escolástica. O alçado termina em frontão circular e cruz de pedra, ladeado pelas torres sineiras”. In mjfs.wordpress.com


Foto site SNPC


Foto Porto Património Mundial - Retábulo-mor desenhado por Miguel Francisco da Silva.
Mestres entalhadores: Manuel da Costa Andrade e Manuel da Rocha. Início da execução do retábulo-mor, 1734.


 Sacrário


 Nossa Senhora da Graça, Santa Bárbara, S. Bartolomeu, S. Benedito e a Senhora com o menino.


"Também se encontra um painel em relevo sobre o nascimento dos gémeos S. Bento e Santa Escolástica, com a Virgem a alimentar as crianças, por lhes ter morrido a mãe”. In Tesouro Barroco da Foz do Douro


Cristo Crucificado, Senhora das Dores e S. João Evangelista.


Senhora da Soledade e Senhor do Passos – 1699


Senhora a Luz


S. João Baptista


Santa Gertrudes e Santo António - foto TAF-net

Importante visitar o site do Tesouro Barroco da Foz do Douro… http://www.snpcultura.org/tvb_tesouro_barroco_foz_douro.html


…e ler o excelente livro, com muitas fotos e cheio de História.