quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CONVENTOS DE RELIGIOSAS - VII

3.12.14 – Convento da S. Bento de Avé Maria - III





Destruição da parte Poente e Sul

Em 1834 este convento foi extinto e confiscados todos os seus bens. A última Abadessa deste convento foi D. Maria da Gloria Dias Guimarães, que professou em 1826 e só faleceu em 17/5/1892. Porém, só dois anos mais tarde, após a morte da última freira, o Estado tomou posse dele. Pretendendo a Câmara do Porto trazer o comboio da linha do Norte para o centro da cidade decidiu destruir o convento e aí construir a estação de caminho-de-ferro. Em 1886 foi decretada a destruição do convento, que se encontrava em muito mau estado, e 7 anos mais tarde a da igreja.
Assim, a demolição dos claustros e convento inicia-se cerca de 1894 e a da igreja processa-se entre Outubro de 1900 e Outubro de 1901.



Este tramo da muralha, a Norte do convento foi destruído juntamente com ele. À direita ficava a viela da Madeira e a Calçada da Teresa, hoje Rua da Madeira, personagem desconhecida e que desencadeia polémica entre os historiadores. Já vimos referidos Calçada de Santa Teresa, de D. Teresa e da Teresa. Era a ligação a Cimo de Vila antes da construção da Rua Nova de Santo António. Em frente ficava o Botequim do Frutuoso, um dos primeiros do Porto.


Com o convento destruído, a Igreja ainda se encontra de pé.


Destruição da Igreja de S. Bento de Avé Maria – Aurélio Paz dos Reis 1901 
Pretendeu-se, ao tempo, aproveitar as pedras do convento para erigir uma nova igreja em Cedofeita. Ainda foi construída a capela-mor, que serviu de templo durante muitos anos, até à construção da actual Igreja Paroquial. Por trás desta ainda se encontra o templo anterior. Para este foram também cedidas imagens, alfaias, a cadeira da abadessa e paramentos que eram da igreja do extinto convento. Parte da talha e outros belos objectos estão no Museu de Arte Sacra no Seminário Maior. 
O órgão desta igreja foi comprado pela Igreja do Bonfim por 601$000 reis. O maior sino está na Capela dos Franciscanos da Rua dos Bragas. 


Porta de Madeira que se encontra no museu – foto Portojo


Ossário das freiras no cemitério do Prado do Repouso construído em 1894 – cercadura de pedra feita com uma porta que dava do claustro para o coro inferior.


Cruzeiro que foi do Convento de Avé Maria e que está no cemitério do Prado do Repouso.

2 comentários:

  1. Olá
    Triste fim o deste convento...

    Cumprs
    Augusto

    ResponderEliminar
  2. O que mais nos desgosta é o fim da Igreja, que era bem bonita. Mas a política só olha às suas ideias...

    ResponderEliminar