segunda-feira, 31 de agosto de 2015

RIO DOURO - I

DO GRANDE RIO DOURO E DO IMPORTANTE COMÉRCIO QUE DELE PROVÉM À CIDADE, ÀS CONQUISTAS DO REINO E NAÇÕES ESTRANGEIRAS

6.1.1 – Nascimento e curso deste rio



Península Ibérica – vale do Douro bem visível – o Porto e a Foz do Douro ficam no “olho” da Península – foto da Nasa


Bacia hidrográfica do Douro


Foto de João Freitas em O Tripeiro


Poema de Augusto Gil, ilustre poeta portuense


"O Douro Portuguez e paiz adjacente"  - mapa do Barão de Forrester - 1848


Douro internacional


Portugal e Espanha - foto Juan Francisco



Mapa de Portugal Antigo e Moderno - Padre João Baptista de Castro - 1762



Dicionário de Portugal Antigo e Moderno – Augusto Pinho Leal - 1877


Pinho Leal - 1816/1884


Castelo de Freixo de Espada à Cinta - desenho do séc, XVIII de José Monteiro do Carvalho - blogue Douro Virtual


Freixo de Espada à Cinta - Igreja matriz e Torre do Galo

“Incluída na Zona Especial de Protecção da igreja matriz em 23-01-1953. Embora seja habitual atribuir a fundação do castelo de Freixo de Espada À Cinta a D. Dinis, existem referências a uma anterior fortificação que foi atacada e tomada pelas forças leonesas em 1212, permanecendo desde então sob o seu controlo até às pazes assinadas por Sancho II em 1223, volta a ser mencionado num documento de 1248.
Dever-se-á ao rei Lavrador a obra de reconstrução que deu ao castelo o prospecto com que surge representado no Livro das Fortalezas do reino executado pelo escudeiro e topógrafo da corte de D. Manuel I, Duarte d’Armas. Hoje tudo o que resta da antiga fortaleza é a torre heptagonal e alguns troços de muralha já integrados na malha urbana. No topo da torre de sete faces, destacam-se os parapeitos ameados, assentes em cachorros salientes. No cimo desta estrutura ducentista foi erguida uma estreita torre sineira, com relógio incorporado, coberta por uma pirâmide rematada em cata-vento, a que se deve o no me de «Torre do Galo» por que ficou conhecida popularmente.
Classificada Monumento Nacional em 16-06-1910” In Lente Oculta



Portugal Antigo e Moderno - 1877


Pelourinho


Nesta vila nasceu, o poeta Guerra Junqueiro (1850/1923)


Inauguração da ponte de Barca d’Alva – 18/6/1955


Foto de Daniel Tiago



Em 1887, Barca d'Alva foi palco da conclusão da Linha do Douro, que na Ponte do Águeda atinge o seu 200º e final quilómetro. Com a ligação feita à estação de Boadilla através de La Fregeneda, a Linha do Douro transformou-se numa linha internacional, sendo a ligação mais directa entre o Porto e o resto da Europa.
Evocada no livro “A Cidade e as Serras” de Eça de Queiroz, a estação ferroviária de Barca d’Alva constituía uma importante paragem do comboio rápido que fazia a ligação entre Porto e Paris. Esta importância é visível na indicação “Grande Velocidade” por cima da porta central.
Possuía, além dos equipamentos normais de uma estação de grande importância e terminal como cocheiras e placa giratória, os postos aduaneiros, posto da Guarda Fiscal, e um hotel
Porém, em 1985, o troço Boadilla-Fregeneda-Fronteira do Águeda foi encerrado.

No excelente Blog A Porta Nobre encontrámos uma série de 12 cartas que o Barão de Forrester escreveu durante uma viagem de barco entre o Porto e o Alto Douro, que consideramos serem documentos muito importantes. Com a devida vénia, entendemos que não poderemos deixar de as reproduzir. Fá-lo-emos, uma de cada vez, durante a nossa descida do Rio Douro. 
O nosso trabalho descreve o Rio Douro desde a nascença à foz, porém as cartas seguem o trajecto inverso. Não nos parece, no entanto, que levante problemas na sua descrição. 

“COMEÇAMOS HOJE A PUBLICAÇÃO DE UMA SÉRIE DE CARTAS SOBRE O DOURO, QUE JULGAMOS INTERESSANTES E DEVEMOS À BONDADE DE UM CAVALHEIRO TÃO HABILITADO PARA ESCREVER SOBRE ESTE OBJECTO, COMO O ILLMª SR. FORRESTER. 
.......................................................................... 
“11 de Setembro de 1854 – do Jornal O Commercio 

PRIMEIRA CARTA 

Quem quer seguir viagem do Porto pelo rio Douro acima, deve lembrar-se que até Pé de Moura quase nunca no Verão os barcos carregados poderão passar sem maré, e ainda que a nossa barquinha não levava o que se pudesse chamar carga, contudo os arranjos de camas, baús e mais utensílios próprios ou necessários para uma longa viagem, bem como a tolda, os armários, beliches, mantimentos, etc. pesavam, pelo menos, metade da lotação do barco que era de nove pipas – escolhemos por conseguinte a hora da maré, que deitava das 3 para as 4 horas da tarde para a nossa saída de hoje. 
Também ainda que não somos astrólogos nem sabemos calcular bem as mudanças do tempo temos tal ou qual fé nas diferentes fases da Lua – e como há 15 dias a esta parte sempre tivemos vento Leste fortíssimo, entendemos que este quarto de Lua crescente nos poderia favorecer, e com efeito assim aconteceu porque não somente podemos aproveitar a maré mas tivemos vento pela popa. 
Chegamos às 8 horas e meia a Carvoeiro, 3 léguas e meia da cidade, andando à razão de 3 quartos de légua por hora. 
O leito do rio Douro até este ponto é uma pouca de areia – o canal para a navegação é estreitíssimo e actualmente na maré baixa apenas trás de 2 a 3 palmos de água. Estas areias depositam-se todos os anos com as enchentes do rio, e as marés de Verão concorrem para a sua conservação. Assim tem acontecido desde que os Fenícios se estabeleceram em Portugal – e pelo que se vê, a arte, a ciência, e o mecanismo não poderam remediar o mal! – ao menos pelo que vemos, não parece ter havido tentativa alguma para este fim. 
Pela margem esquerda notamos as pequenas povoações de Quebrantões – Oliveira – Espinhaça de Avintes – Arnelas – Crestuma e Carvoeiro, e pelo lado direito Campanhã, Valbom, Gramido, Atães, Sousa, Gibreiro, Esposar, Lixa e Pombal. 
Quebrantões é notável por ser o sítio onde na guerra peninsular, os exércitos luso-britânicos passaram, quando os franceses evacuaram o Porto. Agora é neste sítio a barreira por onde nenhum barco, por pequeno que seja, pode passar sem ser examinado. 
Defronte são as ruinas do grande Seminário que foi arruinado durante o cerco do Porto e logo ao pé, também se vêem algumas paredes do palácio desmantelado do Bispo: tanto as belas árvores desta quinta como as do Convento da Serra foram cortadas em 1833. 
Oliveira, sempre tem sido célebre pelo seu antigo convento e por ser a sua cerca um recreio para os habitantes do Porto. 
Avintes, é a terra das padeiras que abastecem a cidade do Porto com excelente pão. 
Arnelas, notável por suas madeiras e lenha e pela sua feira de S. Miguel, em que as nozes abundam. 
Crestuma, pela abundância de águas e lenhas suficientes para fazer trabalhar imensas fábricas – porém onde por ora ainda não há nenhuma. Aqui no tempo da antiga Companhia havia o registo de todos os barcos com vinho que iam para o Porto. 
Carvoeiro, pela quantidade de lenhas e madeiras que manda para o Porto. 
Campanhã, pelas fábricas de curtume e pelo isolado palácio arruinado do Freixo, que tem as armas dos Lencastres sobre a porta. 
Valbom, por ser a terra dos pescadores, que nas suas belíssimas lanchas vão ao mar. 
Gramido, sítio onde o Sr. D. Miguel em 1833 estabeleceu uma ponte de barcos e onde em 1846 se fez a convenção entre as forças luso-espanholas e a Junta do Porto. 
Os povos desde Atães até Pombal sustentam-se do produto das suas terras mandando apenas de vez em quando algumas melancias, melões e hortaliças para o Porto. 
É para notar que em toda esta extensão do rio, em quanto que os homens se ocupam na agricultura, as mulheres conduzem os seus barcos com géneros ou passageiros para o Porto. Estas mulheres são muito hábeis na sua ocupação; a maneira como elas cantam suas modinhas, que geralmente são originais, faz crer com especialidade ao estrangeiro, que são as criaturas mais felizes do mundo e que ignoram inteiramente o que é a fome e a miséria. 
São muitos os dias que nem dois patacos ganham – porém continuam a cantar e parecem contentíssimas com a sua sorte. 
Chegados ao nosso ancoradouro, tratamos de fazer os arranjos necessários para ai passarmos a noite. 
Sou de VV. & c. 
J. J. Forrester 
Publicada por Porta Nobre à(s) 4/21/2013 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

GOVERNO POLÍTICO - XII

5 . 4 - Governo Político - XII

Fósforos e isqueiros



Em cima à esquerda pode ver-se a cada da Quinta do Campo Alegre que pertenceu à família Andersen e é hoje o Jardim Botânico. Sobre a história  desta quinta já tratamos no nosso lançamento Quintas do Porto e Arredores de 8/5/2013.


"A imagem acima foi obtida a partir de tese de Cláudia Raquel Ferreira de Castro, extraída do Centro de Documentação do Museu da Indústria do Porto. Ao fundo a Igreja de S. Martinho de Lordelo do Ouro".


"Na área relvada ficava a fábrica em Lordelo do Ouro 
A perspectiva acima fica na confluência da Rua da Arrábida com a Rua do Progresso. Em Lordelo do Ouro ainda existe o topónimo Rua Sociedade Nacional de Fósforos".
Estas duas fotos acima e o respectivo texto foram-nos enviados pelo nosso atente e conhecedor leitor José Fiacre, a quem muito agradecemos.


Na Rua de Silva Porto, 285



Título de uma acção da Companhia Continental de Fósforos - Rua do Ouro, 30 - Porto - 1928

“Em 1895, o então Presidente do Conselho e Ministro da Fa­zenda, Conselheiro Hintze Ribeiro implantou medidas legais restritivas, de forma a disciplinar a produção, mandando cessar toda a laboração nas fábricas de fósforos existentes, com exceção da Companhia A Geral de Fósforos e a Companhia de Fósforos Segurança.
Neste contexto, foi fundada, por decisão governamental, a Companhia Portugueza de Phosphoros, à qual foi concedido o exclusivo do fabrico de fósforos. Esta abriu duas fábricas de grande porte; uma em Lordelo do Ouro, no Porto, e outra no Beato, em Lisboa, nas quais foram produ­zidos fósforos de enxofre, integrais e amorfos, de cera e de madeira, em oficinas devidamente separadas e com tarefas definidas. “O consórcio era formado por eminentes negociantes e capitalistas. (...) Que terão garan­tido o empréstimo de mil e duzentos contos necessário para o arranque da Companhia Portuguesa de Phosphoros.” 
O consórcio que deu origem à Companhia Portu­gueza de Phosphoros era formado por distintos negociantes, tais como: Vieiras & Mendonça (Fábrica Boa Fé) – Porto; Companhia A Geral de Fós­foros – Porto e Lisboa; Companhia de Fósforos Segurança – Porto; Francisco António Borges – Porto; Companhia Nacional de Fósforos – Lis­boa; Companhia de Fósforos Químicos – Lisboa; Fábrica de Fósforos de Alcochete – Lisboa; José Maria Fonseca – Lisboa; Arthur Barbosa Santos – Lisboa; Adolpho Correia Barbosa – Lisboa; Rodrigo Jorge Furtado – Lisboa e finalmente João Marques da Silva (Fábrica Progresso) – Lisboa
A data de Junho de 1925 marcou uma mudança significativa no sector fosforeiro português, pois, é dado como terminada a concessão estatal que durante 30 anos concedeu exclusividade de mercado à Companhia Portugueza de Phosphoros. Abria-se, deste modo, a actividade industrial às empresas que se constituíssem para o efeito, com a condição de o Estado ter uma participação de 25% do capital social. 
Neste âmbito, em Março de 1926, nasce a Sociedade Nacional de Fósforos (SNF) que herda os alvarás da extinta Companhia Portugueza de Phosphoro. 
De acordo com dados recolhidos esta sociedade era constituída por uma extensa linha de produção que integrava todos os trabalhos de produção, desde o corte e tratamento da madeira, à realização da “massa” dos fósforos e respectivo embalamento, tornando, assim, possível combater a concorrência das outras unidades que entretanto surgiram, a Fosforeira Portuguesa de Espinho e no Porto a Com­panhia Lusitana de Fósforos e a Companhia Continental de Fósforos. 
Em 1930 a SNF formou uma parceria com a compa­nhia sueca de fósforos Swedish Match, que introduziu nova tecnologia na produção da fábrica portuguesa como se pode ler num comunicado distribu­ído à imprensa por Axel Beselin, na altura administrador da SNF, presente no Museu dos fósforos.
Em 1967, a Companhia Lusitana de Fósfo­ros, com sede no Porto, foi integrada na SNF. 
Segundo o Boletim Estatístico de 1963, a produção das quatro fábricas foi de mais de 16 biliões de fósforos, num valor superior a 100 mil contos, dos quais foram exportados mais de 400 toneladas de valor superior a 12 mil contos. Nessa altura, estavam empregadas nas referidas fábricas mais de 800 pessoas. Esta última deixou de laborar em 1991, encerrando definitivamente em 1993.”
Com a devida vénia a Cláudia Raquel Ferreira de Castro.
2006 – A Fosforeira Portuguesa também encerrou”.


Caixa de fósforos com o brasão da cidade. 






Caixas de fósforos com jogadores do F. C. do Porto - se algum “doente” souber quem são os jogadores…informe, que nós incluímos no trabalho.
Em tempo: um amigo nosso fez o seguinte comentário: "Em cima, da esquerda para a direita...Gabriel, Otávio e Fernando Gomes. Em baixo, no mesmo sentido, não identifico os dois primeiros, o terceiro é o Teixeirinha e o penúltimo é o treinador António Morais!.


Fosforeira antiga em prata



Fosforeira de estanho assinada

A História Fosforeira em Portugal – in Museu dos Fósforos

Fosforeira Portuguesa – blog Restos de Colecção


1944 – 30$00

1969 – 60$00

Entre 1937 e 1970 o uso de isqueiros ou qualquer acendedor era sujeito a uma licença que tinha de ser renovada anualmente e ser transportada pelo seu dono para apresentação às autoridades, sempre que solicitado. Em caso de falta, o portador do isqueiro era multado em 250 escudos. Sendo funcionário público ou militar, a multa ascenderia a 500 escudos. Nessa época, era uma multa de altíssimo valor.

Esta licença destinava-se a incentivar o uso dos fósforos, cujo monopólio pertencia ao Estado.


“O hábito de fumar, como tudo, vai evoluindo. Antigamente os fumadores compravam um livro de mortalhas, uma onça de tabaco e faziam eles o seu próprio cigarro.
O fazer do cigarro tinha o seu ritual. Uns faziam-no colocando na mortalha o tabaco que saia directamente da embalagem de origem. Há quem recorde as onças do «Duque». Outros, porém, metiam o tabaco numa espécie de bolsa de cabedal a que chamavam «pataca» de onde o tiravam batendo com o indicador para ele ir caindo.
Havia quem o metesse em folhas de couve para o conservar mais fresco. Alguns fumadores desfaziam a ponta do cigarro queimado (pirisca) para aproveitar o tabaco ao fazer do novo cigarro.
Depois de estendida a quantidade suficiente de tabaco na mortalha, enrolava-se a maior parte desta, passava-se a língua a todo o comprimento da ponta livre para a humedecer e colar ao enrolar completamente.
Para acender, tínhamos os fósforos portugueses, as “cerilhas” espanholas (fósforos que em vez de madeira tinham papel enrolado com cera), isqueiros com várias formas e feitios, com “morrão”, petróleo ou gasolina. Recorria-se ainda a um sistema mais artesanal: bastava o morrão, um seixo e um objecto de aço (costas de faca, navalha, foice, etc.). Colocava-se o morrão encostado ao seixo, percutia-se neste o objecto de aço, de forma que as “tchispas” fossem parar ao morrão e... pronto! Com o morrão acendia-se o cigarro. O morrão era um cordão que se adquiria na Espanha e que vemos enfiado nos isqueiros das fotos”. In blog Notícias dos Forcalhos.

Uma descrição perfeita. Assisti, durante muitos anos, a meu avô fazer este tipo de cigarro com tabaco francês. Fazia esta "cerimónia" muito lentamente, e notava-se que lhe dava muita satisfação. Assim também atrasava o acto de fumar.

"Mais ou menos no local onde está a estação do Metro da Trindade, existiu no princípio do séc. XX uma fábrica de isqueiros, dos de cordão lento. Foi fundada por um galego, que veio dos lados da Corunha e se radicou no Porto, casando com uma portuense. Chamava-se Cipriano Garcia e foi meu bisavô". Comentário de um assíduo leitor do nosso blogue.


Isqueiro muito antigo, possivelmente do princípio do séc. XX, ou anterior.


O popular isqueiro Zippo – anos 40/50 do séc. XX – teve um grande sucesso pois era à prova de vento.


Tive um isqueiro Ronson como este.


O fabuloso S. T. Dupont - belo, pesado e nunca falhava - também tive um.


Este Dupont era lacado a preto, mais luxuoso.


Isqueiro Dunhill Turbo Collection – o máximo!


Certo dia apareceu o Bic, que foi uma explosão de vendas. Todos tinham um, como o "carocha", mas o requinte acabou.

Vídeo - isqueiro Zippo

Conheça a freguesia de Ramalde

Comemoração do 31 de Janeiro, 5 de Outubro, Armistício da Grande Guerra e visita à Serra do Pilar – 1928
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=5089&type=Video

Do nosso leitor e amigo Sr. Alberto Guimarães recebemos esta curiosa informação, que agradecemos:

"Como se contornava a lei das licenças de isqueiro?
Muito fácil:
A lei dispensava a licença a partir do momento em que o isqueiro fosse usado "debaixo de telha", subentendendo-se "dentro de casa".
Ora como a lei nisso não era clara, o portador do isqueiro era também portador de um pedaço de telha, com o qual cobria o isqueiro no momento de o usar.
Resultado deste "chico-espertismo": a lei teve de ser alterada!
Abraço tripeiro!
Alberto Guimarães