domingo, 17 de janeiro de 2016

RIO DOURO - AFLUENTES - VII

6.2.7 -  Rio Douro - Afluentes - Rio Tâmega I - Chaves - Vidago e Pedras Salgadas - Santuário de Nossa Senhora da Aparecida


Nascente do Rio Tâmega – os romanos chamavam-lhe TAMACA


Rio Tâmega – Mapa de Portugal Antigo e Moderno - 1762


“O “Rio TÂMEGA” é um rio internacional, pois nasce na Galiza, em Espanha, concretamente na Serra de San Mamede, província de Ourense, desaguando no Douro, em Entre-os-Rios, freguesia de Eja, concelho de Penafiel.
Entra em território nacional pela extensa veiga de Chaves…e seguindo, sempre, uma direção norte/sul, serve de fronteira entre os dois países numa extensão de dois quilómetros…
Em Portugal, este rio banha a cidade de Chaves, as terras de Ribeira de Pena e de Basto, passa pelas cidades de Amarante e Marco de Canaveses, juntando-se ao Douro, após 145 quilómetros percorridos.
Devido às irregularidades do regime pluviométrico na área da sua bacia – apresenta grandes variações anuais – originam-se, consequentemente, alterações no seu regime e no dos seus ribeiros, cujas águas o vão engrossando. Por isso, no final do verão, devido ao estio prolongado, a água corrente escasseia, criando-se uma enorme degradação na sua qualidade. Ao invés, no inverno, com a abundância da precipitação e a fusão das neves que caem nas serras das proximidades, os caudais engrossam, transbordando não raras vezes. Atente-se nas inúmeras datas marcadas em paredes de casas ribeirinhas a este rio.


Rio Tâmega – Chaves – foto Fernando Ribeiro

Em Chaves, além das águas do Tâmega, surgem-nos outras que sendo de menor caudal as ultrapassam em fama – as águas das caldas (termas).
Estas estiveram na origem da criação do burgo, advindo daí a designação de “flavienses” atribuída aos seus habitantes (Aquae Flavius, águas de Flávio).


Vidago – fonte das águas termais



Transporte em 1890


Antigo Palace Hotel – inaugurado em 6/10/1910


2010


Nascente das águas das Pedras Salgadas – para nós as melhores de Portugal e arredores…




Rio Tâmega em Chaves


“A presença humana na região do concelho remontam ao Paleolítico, conforme inúmeros testemunhos de Mairos, Pastoria e de São Lourenço, dentre outros locais, e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castros situados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega.
À época da invasão romana da península Ibérica, os romanos instalaram-se no vale do rio Tâmega, onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pela periferia, aproveitando alguns dos castros existentes".


Princípio do século XX


Ponte Trajano – foto J. Lopes



Uma das duas colunas no meio da Ponte Trajano

No Portugal Antigo e Moderno, Pinho Leal transcreve as inscrições das colunas e a sua tradução:


"Para defesa do aglomerado populacional foram erguidas muralhas e, para a travessia do rio, construíram a ponte de Trajano. Fomentaram o uso das águas quentes mineromedicinais, implantando balneários Termais, exploraram minérios, com destaque para filões auríferos, e outros recursos naturais.
Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano, o primeiro capit da família Flávia. Daqui advém a antiga designação Aquae Flaviae da actual cidade de Chaves, bem como o seu gentílico — flaviense.
Calcula-se pelos vestígios encontrados que o núcleo e centro cívico da cidade se situava no alto envolvente da área hoje ocupada pela Igreja Matriz. Ainda hoje lembra a traça romana, com o Fórum, o Capitólio e o Decúmanus, que seria a rua Direita. Foi nessa área que foram e ainda são (2006) encontrados os mais relevantes vestígios arqueológicos, expostos no Museu da Região Flaviense, como o caso de uma lápide alusiva a um combate de gladiadores.
O auge da dominação romana verificou-se até ao início do Século III, aquando da chegada gradual dos vulgarmente apelidados bárbaros. Eram eles os Suevos, Visigodos e Alanos, provenientes do leste europeu e que puseram termo à colonização romana. As guerras entre Remismundo e Frumário, na disputa do direito ao trono, tiveram como consequência a quase total destruição da cidade, a vitória de Frumário e a prisão de Idácio, notável Bispo de Chaves. O domínio bárbaro durou até que os mouros, oriundos do Norte de África, invadiram a região e venceram Rodrigo, o último monarca visigodo, no início do Século VIII. Nestas épocas, aqui tinha sede o bispado flaviense, cujo bispo mais notável foi Idácio, célebre escritor e que muito deixou de informação acerca dos Suevos.
Com os árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado pelo cristianismo, o que causou uma azeda querela religiosa e provocou a fuga das populações residentes para as montanhas a noroeste, com inevitáveis destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos duraram até ao século XI. A cidade começou por ser reconquistada aos mouros no século IX, por D. Afonso, rei de Leão que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no primeiro quartel do século X, voltou a cair no poder dos mouros, até que no século XI, D. Afonso III, rei de Leão, a resgatou, mandou reconstruir, povoar e cercar novamente de muralhas". 


"Já aqui prosperava uma importante Judiaria, cuja Sinagoga se situava num edifício entre a Travessa da Rua Direita, e a Rua 25 de Abril, onde se lê em antiga inscrição na soleira da porta o nome "Salomão".
O edifício existe, de grande portal encoberto e em degradação (aqui chamado "casa de rebuçados da espanhola"), em lugar cimeiro do típico casario das "muralhas novas".
Foi então por volta de 1160 que Chaves integra o país, que já era Portugal, com a participação dos lendários Ruy Lopes e Garcia Lopes, tão intimamente ligados à história da terra". 



"Pela sua situação fronteiriça, Chaves era vulnerável ao ataque de invasores e como medida de protecção D. Dinis (1279-1325), mandou levantar o castelo e as muralhas que ainda hoje dominam grande parte da cidade e a sua periferia. 
Cenário de vários episódios bélicos no século XIX celebra a 20 de Setembro de 1837, a Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, que pôs termo à revolta Cartista de 1837, ou revolta dos marechais".


Igreja da Misericórdia – foto Fer. Ribeiro



Foto Cyndie Maleiros

Construída no século XVII, esta igreja é tipicamente barroca. Diz a tradição que foi esta a capela do Paço dos Duques de Bragança, restaurada e remodelada durante o domínio Filipino. É um templo relativamente pequeno mas, notável na sua fachada com oito colunas salomónicas com plintos e capiteis, e no seu interior está totalmente revestida de painéis de azulejos azuis e brancos do séc. XVIII, cuja paternidade se atribui a Oliveira Bernardes, com óptimos desenhos de figuras e de paisagens bíblicas ilustrando vários motivos e cenas bíblicas (Bodas de Canã, Ressurreição de Lázaro, Multiplicação dos Pães). O tecto, pintado, atribui-se a Gerónimo de Braga. Estas características tornam imprescindível e obrigatória a visita à Igreja da Misericórdia.


Igreja da Madalena



Igreja do Santuário da Senhora da Aparecida dos anos 40 do séc. XX. A antiga foi destruída por ventos violentos.

Festa da Senhora da Aparecida em Calvão - vídeo

"Neste concelho, na freguesia de Calvão, aconteceram várias aparições Marianas na década de 1830, foi aí construído o Santuário da Senhora Aparecida. 
A 8 de julho de 1912 travou-se um combate entre as forças monárquicas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da 2.ª incursão monárquica. Os intervenientes republicanos desse combate foram homenageados na toponímia de Lisboa, com a designação de uma avenida, a Avenida Defensores de Chaves, entre a Avenida Casal Ribeiro e o Campo Pequeno. 
A 12 de março de 1929 Chaves foi elevada à categoria de cidade”. In Wikipédia

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