domingo, 8 de janeiro de 2017

O ELÉCTRICO II

6.26.7 - O Eléctrico II - Eléctricos primitivo, Recolha original - Incêndio de 1928, Recolha nova


Eléctrico nº. 1 de 7 janelas – Transformação de um Americano em eléctrico.

Em 12 de Setembro de 1895 iniciou-se a circulação dos eléctricos no Porto. “O Comércio do Porto” escreveu;


In Os Eléctricos Velhos do Porto – o povo ficava surpreendido e dizia “Se as mulas não vão cá fora, vão lá dentro. Em algum sítio hão-de estar”.


Eléctrico de risca ao meio – foto Francisco Oliveira - transformado do Americano


Eléctrico 104 - Veículo restaurado segundo traçado original de 1860, inicialmente de tracção animal e motorizado em 1903 – serviu de eléctrico de instrução.


À esquerda o modelo de 8 janelas e á direita o de 7 – In Os velhos eléctricos do Porto



A Constructora – sede na Praça da Batalha, onde está hoje o Cinema Batalha – em 1906 “a Carris encomendou 6 carros iguais pelo preço total de 36.000$000 reis”


Atrelado – foi um antigo Americano que a carris adaptou a atrelado de eléctricos que deixaram de circular em 1966.
Pequena “estória” passada num atrelado:
"Certo dia um amigo meu dirigia-se a Matosinhos no eléctrico da linha 5. Dado este estar cheio decidiu entrar no atrelado, que habitualmente levava as peixeiras e suas canastras a comprar o peixe. 
Escusado será dizer que o cheiro não era muito agradável. Além disso as conversas eram pouco próprias e em altos berros. 
Mas o meu amigo aceitou a situação, que já conhecia, pois tinha mesmo de se deslocar.
A dada altura, uma peixeira que ia a seu lado, pegou numa criança, tirou a mama e toca de a alimentar. Mas a criança não estava com fome e chorava renitente.
Insistindo, mas nada conseguindo ralhou-lhe em altos berros: “come senão eu dou a este senhor!”.
O meu amigo saiu na paragem seguinte".


Desfile de 1993


O 22 é o único Americano transformado em eléctrico que existe no Museu do Carro Eléctrico – tinha 2 motores com 40 cv. cada, e trabalhava com corrente contínua de 550 volts.


"Veículo atrelado com carroçaria pintada de verde e logotipo da Companhia Carris de Ferro do Porto. Em cada painel lateral possui dez janelas e nas frentes as plataformas são abertas. Possui lanternim e no interior os bancos são de madeira. Este carro foi provavelmente construído pela empresa “A Constructora” e adquirido pela Companhia Carris de Ferro do Porto para o transporte de passageiros na primeira década de 1900. Por se tratar de um carro com uma lotação numerosa era frequentemente utilizado na linha 1 entre o Infante e Leça da Palmeira.
- 1906 [ano de entrada ao serviço deste tipo de atrelados]
- 1959 [ano de saída de serviço deste tipo de carros]”.  In Eléctricos do Porto.blogspot.pt




Remise da Boavista em 1909, aquando de uma reunião sobre a greve dos funcionários.

A primitiva remise da Boavista onde recolhiam a máquina e os americanos e mais tarde também os eléctricos. Construída em 1874, ardeu em 1928.
Incêndio da antiga “remise” em 28/2/1928.  "É uma efeméride de grande importância, uma vez que os eléctricos eram aqui reparados e armazenados e esta era a sede da Companhia Carris de Ferro do Porto desde 1874. Ernst Kers refere que foram perdidos 23 eléctricos, 4 atrelados e 2 zorras, ficando também outros 6 muito danificados mas não perdidos.
Na sequência desta perda, a Companhia Carris de Ferro do Porto adquire nesse ano 10 dos famosos carros Belgas de 40 lugares, para poder dar uma resposta capaz à procura dos utentes do serviço de transportes. O relatório de contas refere também a construção de 20 carros e a renovação de outros 20, permitindo efectuar um muito maior número de carreiras (…) e uma muito apreciável diminuição de avarias.”

Foi construído também um novo edifício para servir como remise e oficina, com um total de 20 linhas de entrada. As 20 portas eram uma característica marcante do edifício. A capacidade de recuperação da Companhia Carris de Ferro do Porto foi notória, conseguindo ter uma receita positiva no fim do ano de 1928.


A remise da Boavista foi usada como remise principal até 1988. Com a redução do serviço de carros eléctricos, Massarelos passou a ser a remise de serviço, ficando a da Boavista como um armazém de carros eléctricos não utilizados e preparada para serviços eventuais.Site do Museu do Carro Eléctrico



In Os Velhos Eléctricos do Porto



1973


1974


Banda de música dos STCP


Oficinas de fundição dos S.T.C.P. da Boavista – 1978


A remise da Boavista foi substituída pela de Massarelos em 1988 e desmantelada em 1999 – hoje encontra-se no terreno a Casa da Música 

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