quarta-feira, 31 de maio de 2017

REVOLTA CONTRA A COMPANHIA DOS VINHOS I

8.1.9 - Terceira revolução – Revolta contra a Companhia dos Vinhos - Cordoaria, Luis Beleza de Andrade, Sentença da Alçada da Revolta Contra a Companhia, Planta da delimitação da venda dos vinhos


Zona da Cordoaria (antigo Campo do Olival) – planta de Teodoro de Sousa Maldonado – desenho da época da Revolta da Companhia.



Pormenor do mapa de Balk (1813) onde se encontram as ruas do percurso dos revoltosos



Casa de Luis Beleza de Andrade - Rua do Loureiro, 168


Acto de posse de vereador de Luis Beleza de Andrade – contem a sua assinatura – blogue de ruisaguerra



Igreja da Ordem Terceira de S. Francisco


Ofícios portuenses - iluminura medieval



Sentença da alçada feita à Revolta chamada dos taberneiros – 10/12/1757


Texto de A. R. C.



Real Companhia Velha - armazéns


Real Companhia Velha – vinhos velhos

Um manuscrito do tempo destes acontecimentos, cujo autor é desconhecido e conservado na Faculdade de Letras de Coimbra, descreve as verdadeiras razões profundas desta revolta da forma seguinte:

In O Tripeiro, Série V, Ano V


Planta da delimitação da exclusividade da Companhia na venda de vinhos

O Prof. Francisco Ribeiro da Silva escreve na História do Porto o seguinte:


Revolta de 1757 - In ruisaeguerra.blogspot.pt – interessantíssima descrição, a ler:

segunda-feira, 29 de maio de 2017

REVOLTA DO PAPEL SELADO - 1661

8.1.8 - Segunda revolução do papel selado 



Papel selado de 1663 – Fundação Dr. António Cupertino de Miranda



Ruínas da Câmara Medieval antes de 1934


Outra perspectiva -1930




Na actualidade, depois das obras do Arq. Fernando de Távora



Papel selado 1831



Marca de água - Fábrica da Azenha - Paços de Brandão -1860


A razão profunda desta revolta não foi só o imposto sobre o papel selado. Este foi o pretexto de grande revolta que havia no povo e nos artífices devido aos muitos e altos impostos que os Filipes e o pós-1640, os governos haviam lançado para poder recuperar as finanças esvaídas durante este período de instabilidade e guerra.
A principal consequência foi a extinção da casa dos 24 por vários anos.


Papel selado de 1886 – Inst. Geográfico Português


Papel selado da Monarquia do Norte - 1919


Até 1986


D. Afonso VI

Segue-se um excelente e esclarecedor texto de autoria de Bruno Pinheiro, Marcelo Magalhães e Tiago Reigada, no site http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/8847.pdf

“1661: Motim do Papel Selado Após sessenta anos de domínio filipino, Portugal restaurava, em 1640, a sua independência. Porém, o prolongamento das guerras com Espanha e a diminuição das receitas do Estado consequentes deste cenário, bem como das provenientes de circuitos comerciais enfraquecidos, levou à necessidade de se lançarem novos impostos. Esta era, então, a única forma de conseguir retirar as receitas necessárias para fazer frente a um deficit que em 1642 era de «394425 cruzados anuais». Para além de novos «tributos», D. João IV recorre, à semelhança do que acontecia em Espanha desde 1637, ao imposto do Papel Selado.
A concretização da aplicação deste imposto tornar-se-ia, porém, realidade por Alvará 24 de Dezembro de 1660, instituído por D. Luísa de Gusmão, regente do reino, dando como justificação o «perigo de uma invasão por parte do reino vizinho». Este imposto foi aplicado de imediato, mas sofrerá alguma contestação em vários locais do reino, como foi o caso da cidade do Porto («O Porto foi a cidade que maiores preocupações causou à Coroa»). A revolta no Porto decorreu no dia 4 de Maio de 1661. Nessa manhã decretou-se a ordem «para que não despachaze papel, que não fosse do Sellado». Perante este facto, os procuradores do povo resolveram dirigir-se à Câmara «aonde se estava tratando d’escrever a sua Mag.de» para nomear aqueles que iriam à Corte expressar as preocupações do povo. Dessa forma, entraram na câmara os procuradores do povo, ficando fora da mesma «o povo [que] herão Rapazes, alguas mulheres, e poucos Homens». Com a notícia de que os procuradores estariam a ser coagidos a aceitar o imposto, logo o povo se amotinou, gritando as palavras de ordem usuais «Viva El Rey D. Affonço – e morrão Traydores». Uma vez iniciado o motim, este não parou de crescer, quer no número de pessoas, quer no grau de violência («bradando ao povo se ajuntou mais gente» (…) «Quebraram as janelas e portas com pedradas, (…) [e] tomado pelos Rapazes e mulheres, com unhas e dentes (como ouvia muitas pessoas) o [papel selado] fizerão em pedaços»). Os percursos da revolta levaram os amotinados até junto daqueles que estivessem directa ou indirectamente implicados na aplicação do imposto do papel selado, como o tesoureiro da cidade, o recoveiro, o juiz da alfândega, ou o corregedor da comarca. Paralelamente, com o intuito de credibilizar a sua acção, o povo tenta dar força à sua manifestação através da implicação dos procuradores no motim. Em todo este processo, para além da escalada de violência, não podemos deixar de destacar o papel do clero ao longo do motim que, «com boas palavras» conseguiu «atalhar o furor do povo». Contudo, na noite seguinte surgia a notícia de um segundo motim, desta vez por parte dos clérigos. Mas, chamado o procurador «p.ª por cobro a couza, (…) elle desculpando aos Clerigos lhe afirmou, forão estes m.ta parte em pacificar ao Povo a quem Sua Sn.ria tratou de aquietar». As consequências práticas deste motim implicaram, em primeiro lugar, a mobiliza- ção para a cidade de 4000 soldados de infantaria 500 de cavalaria; depois a extinção da Casa dos Vinte e Quatro, declarada pela rainha, explicando que «esquecida da obrigação que tinha de quietar e sossegar esse pouco fora a principal causa dos motins […]» em terceiro lugar procedeu-se à destituição dos procuradores do povo, alterando-se a designação dos representantes do povo para «zeladores», para que não ficasse na memória a palavra «mester»; foram ainda decretadas penas menores para os participantes do motim, sendo perdoada a participação das mulheres («as mulheres faço merce de perdoar»). Analisando, agora, as questões de liderança, surgem, inevitavelmente, questões relacionadas com a autoria e comando destas acções. Segundo as descrições da fonte utilizada, a agitação começa quando surge o rumor de que, dentro da câmara, estariam a obrigar os procuradores do povo a assinar a autorização para se impor o papel selado. Por aquilo que nos foi dado a perceber, a posição extremada do povo poderá ter sido agudizada pela posição indefectível dos mesteres em rejeitar o tributo. A este facto somar-se-á ainda a questão da solidariedade da cidade, mais concretamente do povo, em relação aos seus representantes. Por isso, e embora para o povo o imposto sobre o papel selado não se traduzisse em perda efectiva, a afinidade para com os seus procuradores gerou a revolta. Eram, pois, as classes sociais privilegiadas quem mais perdia com a imposição do papel selado. A utilização do papel selado recaía, essencialmente, sobre actividades cuja prática pertencia, maioritariamente, às pessoas mais abastadas, fossem elas, mercadores, clero, grandes proprietários ou letrados. A revolta de 1661 pode enquadrar-se na teoria de conduta colectiva, descrita por Santos Julia. Esta mobilização espontânea surge como reacção face aos rumores que indicavam coacção sobre os procuradores do povo para a aprovação do papel selado. Ora, se a autoria moral e intelectual pertence, no nosso entender, aos procuradores do povo, temos que relevar, como autoria material, a participação de algumas mulheres e crianças. Sabemos, no entanto, que esta situação se deve apenas ao facto destes serem, como refere Bercé, inimputáveis aos olhos da lei pelo que é compreensível que surjam conotados como autores efectivos do tumulto, resguardando aqueles que teriam um papel mais importante no decorrer da revolta, nomeadamente elementos do sexo masculino, mais facilmente condenados. Paralelamente, é também referido que os clérigos tiveram uma actuação de relevo no decorrer destes episódios. Se, numa primeira fase, podemos comprovar (pela fonte citada anteriormente) que estes tiveram um papel importante na acalmia dos populares há, numa segunda fase, a insurreição do clero contra o papel selado. Analisando este facto, é fácil perceber a importância deste imposto para uma classe como o clero, uma vez que a sua condição social – proprietários de terras, elaboração de registos – obrigava a uma utilização frequente do papel selado. Esta posição do clero poderia, no nosso entender, ser transmitida ao povo, e este tê-la tomado como sua sendo, por isso, o principal impulsionador da revolta. Uma vez mais, neste motim, são visíveis as lutas pela liderança da cidade. Apesar de não termos acesso à versão da vereação do Porto, não deixa de ser surpreendente que a rainha mande extinguir a Casa dos Vinte e Quatro após este motim. À semelhança do que acontecera em 1592 com o corte das prerrogativas desta instituição, alguém terá apontado os mesteres como líderes da revolta”. 

sábado, 27 de maio de 2017

REVOLTA DAS MAÇAROCAS

8.1.7 – Revoluções e tumultos da plebe. Primeira revolução – das maçarocas




Os historiadores contemporâneos afirmam que esta revolta se deu em 1629 e não em 1628.


Mosteiro da Serra do Pilar - foto de Frederick Flower - 1849 a 1859


Fiando o linho


In O Tripeiro, Volume 2


No dia 28 de Abril de 1643 foi executado na praça pública do Rossio o ex-secretário de Estado de D. João IV, Francisco de Lucena. Acusado de manter correspondência secreta com Castela e de ter culpa no cativeiro de D. Duarte, irmão de El-Rei, foi julgado traidor e culpado do crime de lesa-majestade, devendo ser decapitado. Já no cadafalso, leram-lhe a sentença e após ter se confessado com o sacerdote, diz-se inocente. Tirou-lhe a vida um golpe do cutelo que ele mesmo havia trazido de Madrid, nos tempos de Secretário do Conselho da Coroa de Portugal.




Tear antigo

Sobre os vários motins no norte do país sugerimos a leitura deste excelente trabalho

quarta-feira, 24 de maio de 2017

INUNDAÇÕES DO RIO DOURO V

8.1.6 – Inundações do rio Douro V - Foz do Douro após a cheia de 1909, Praias da Foz com destroços da cheia de 1909, Cheia de 1909 na Régua, Cheia do Douro de 1962, Fotos antigas do Porto


Destroços junto da praia do Carneiro – vêm-se as casas da Rua da Senhora da Luz


A barra do Rio Douro na manhã do dia 26/12/1909


Rebocador de pás Veloz – foi destruído na cheia de 1909 – foto de Aurélio Paz dos Reis – ao fundo a Igreja de S. João da Foz.



Perto do Passeio Alegre - 1909


Praia do Ourigo - 1909

“Aquando das cheias, a gravalha vinda rio abaixo era depositada pela fúria do mar nas praias vizinhas da barra do Douro, e em poucos dias ficavam limpinhas, porque os lavradores vinham com carros de bois apanhar a gravalha, que servia para a cama do gado, e os populares também ajudavam a limpar as praias, sobretudo com lenha e cavacos para consumo dos fogões e lareiras. Eu próprio cheguei a levar lenha apanhada na praia para consumo do fogão de sala de minha casa de Ponte da Barca.
Ainda me recordo, aqui na rua da Cerca, na Foz, era um rodopio de carros de bois para baixo e para cima. A meio da imagem dos destroços da cheia de 1909, na praia denominada do Pinheiro, do Castelo ou de Felgueiras, conforme a queiram denominar, e que atinge a praia do Ourigo, que também foi denominada de D. Manuel II e da Sra. da Luz, nota-se um edifício isolado, e segundo meu pai me dizia era um género de sala de espera para os passageiros do carro eléctrico, e ao fundo, à frente do antigo colégio dos padres, vê-se um edifício térreo, que era a adega do Luis Fontes, parece que era esse o nome”.


Salgueiral - Régua

“Corria áspero a invernia pelos idos de Dezembro de 1909. A 19 recebia-se na capitania do Douro telegrama vindo da Régua relatando que o rio ali já subira alguns metros. Foram tomadas as primeiras providências para acautelar o perigo de cheias, reforçando-se as amarras em todas as embarcações no Douro e avisando-se as populações. Na noite de 21 caiu grosso temporal sobre a cidade, chovendo tão intensamente que as ruas se transformaram em verdadeiros rios, levando as águas de enxurrada tudo o que encontravam solto pelo caminho, inundando caves e lojas, derrubando árvores e levantando o pavimento das ruas. Os bombeiros portuenses não tiveram durante o dia descanso, continuamente chamados a ajudar quem via os seus pertences e os seus estabelecimentos totalmente destruídos pela força das águas. O rio engrossara de tal forma que chegou à Praça da Ribeira derrubando as tendas dos vendedores que agora boiavam no meio do rio. Miragaia e Massarelos estavam já invadidas pela água. Noventa barcaças foram sendo arrastadas rio abaixo, umas despenhando-se contra os penedos da foz, outras abalroando navios e embarcações estacionadas nas margens e algumas saindo livremente pela barra rumo ao mar. Na noite de 22 outro temporal fustigou a cidade com «grossas cordas d’água batidas por um verdadeiro furacão» na descrição de um jornalista da época. Algas casas ruíram total ou parcialmente fruto da força dos elementos, mas foi no rio que uma verdadeira tragédia ocorreu. A água, subindo até aos 12 metros acima do seu caudal normal e a uma velocidade de 10 milhas por hora, tudo levava na frente. Todas as amarras dos navios que estavam junto à Alfandega se quebraram, levando-os para a barra, 150 barcas desfizeram-se contra as margens, abalroando pelo caminho vários vapores, iates e outras barcas, criando uma confusão enorme de maços de carga e destroços rio abaixo. O estrondo das barcas e navios a embaterem uns nos outros ou a desfazerem-se contra os cais era verdadeiramente impressionante e o esforço de muitos marítimos de os tornar a amarrar foi em vão.


O vapor «Cintra», com tripulação alemã, soltou-se e foi embater na corveta-escola «Estephania» estacionada junto ao Ouro, desfazendo-a quase por inteiro, seguindo depois o «Cintra», á deriva, para o Cabedelo. A sua tripulação toda a noite esteve pedindo socorro, fazendo sinais de luzes com as lanternas e lançando foguetes de sinalização. Mas em vão. Era impossível, mesmos aos mais experimentados fazerem-se ao rio para os socorrerem. A certa altura em frente da ribeira passa no rio uma grosa pilha de madeira, flutuando a grande velocidade rio abaixo, mas para horror da multidão, que observava a tragédia das margens, um homem seguia com ela, gritando e gesticulando por socorro. As crónicas da época apenas dizem que «não se chegou a saber o destino do desgraçado».
A água atinge o alto do Muro dos bacalhoeiros. E as notícias vindas da Régua criam ainda mais alarme pois o rio continua a subir. Os engenheiros do porto vão medir a distância das águas do rio ao tabuleiro inferior da ponte D. Luiz I para decidir se será necessário cortá-lo. Cerca de 50 centímetros separam a água da ponte. Na maré alta seguinte, a distância já era bastante inferior, passando o perigo maior.
Desde o dia 20 que a não havia serviço de comboio para Lisboa, por causa do mau tempo e de várias derrocadas ao longo da linha. Apenas se conseguia fazer a ligação das suas cidades com grande parte do trajecto feito por terra. 


Companhia do Gás no Ouro

A Companhia do Gaz informou a Câmara que já só tinha gaz para duas horas, pelo não iria haver iluminação nas ruas da cidade nos próximos dias. A empresa de águas deu igualmente conta que o rio Sousa tinha subido de tal forma, tudo inundando, que o serviço de abastecimento à cidade tivera necessidade de ser interrompido, não se sabendo quando poderia ser retomado. Não havia serviço telegráfico. A cidade estava isolada e paralisada. Foram reforçadas as patrulhas policiais, com o auxílio das tropas dos vários quartéis da cidade, a fim de se evitarem assaltos e guardarem os estabelecimentos e habitações danificados. 


Moagens Harmonia - foto TAF - 2008

A estrada da circunvalação, junto ao Freixo, está inundada e a fábrica de moagem paralisada. Assim como toda a margem do rio, desde a Ribeira até à Cantareira.
O pessoal da Alfândega esteve todo o dia e noite a retirar fardos de arroz dos armazéns que estavam já inundados, o mesmo fazendo diversos outros comerciantes e armazenistas da zona. A Câmara disponibilizou o Mercado Ferreira Borges para guarda de mercadorias e o Quartel de Bombeiros em Gonçalo Cristóvão para as famílias desalojadas da Ribeira, Miragaia e Massarelos. A água do rio, junto à Ribeira, ultrapassa em 80 centímetros a marca das cheias de 1860, até então, as maiores de que existiam registo. Mais de mil casas foram afectadas ou ruindo total ou parcialmente". 


A 24, milhares de pessoas deslocam-se em eléctricos, trens e automóveis para as margens do rio e para a foz, assistindo ao dantesco espectáculo. Das 700 barcaças estacionados nas duas margens do rio antes das cheias, apenas 40 continuavam ancoradas e dos 45 vapores, 12 ficaram em condições de navegar. Tudo o mais estava destroçado ao longo do rio, ou saíra barra fora. 


Destroços da corveta Estephania  na Praia do Ourigo- 1909

Os restos do antigo navio da armada de guerra «Estephania» jazia agora na praia do Ourigo e em pouco tempo a força do mar o desfez em pedaços, com muitos dos seus marinheiros, alunos e oficiais assistindo em lágrimas ao destruir da velha glória da marinha. Ao longo da costa, milhares de fardos de mercadorias, tonéis de vinho e destroços de embarcações flutuavam à vista ou eram jorrados pela força do mar nas praias e nos penedos.
Seis tripulantes do vapor «Contra» que se encontrava em situação perigosa junto ao Cabedelo, em manobra de desespero, fazem-se ao rio num pequeno escaler, mas, quando este, arrastado pela força do rio se dirige para as pedras de Felgueiras, atiram-se ao mar, dando à costa apenas 3, prontamente socorridos pela população. Os corpos dos outros 3, incluindo o capitão da embarcação, acabarão por ser encontrados nos dias seguintes. Os restantes 7 membros da tripulação, permanecendo em difíceis condições a bordo, acabaram por salvar a sua vida, sendo no dia 25 resgatados com segurança.


- Uma subscrição popular  favor das vítimas de Miragaia.
- D. Manuel II e o Presidente do Concelho nos cais da Foz
- Moradores da Ribeira abandonando suas csas
- Casa na manhã de 25
- Despejo de uma casa
Clichés de Fenoliel

A 26 chega de surpresa o rei D. Manuel II ao Porto, acompanhado de alguns ministros do seu governo, para averiguar estragos e tomar primeiras providências. À chegada, dirige-se imediatamente para Carreiros, a verificar o desolador espectáculo, seguindo depois para os Pilotos onde felicita os esforços dos mestres da barra no salvamento dos tripulantes do «Cintra» e segue para Miragaia, Ribeira e Barredo onde visita algumas famílias e verifica os estragos. De imediato dá início à constituição de um fundo para apoio aos mais necessitados e o governo em Lisboa toma as primeiras medidas de emergência, as quais incluem o envio de alimentos e afectação de verbas de emergência para obras mais urgentes. A vereação da cidade recorda ao rei a absoluta necessidade de dar seguimento rápido à construção dos acessos viários ao Porto de Leixões, para salvaguarda dos bens e comércio em geral de toda a região, evitando-se dessa forma, «os humores do rio».
A cidade, mesmo fortemente abalada, recompôs-se. O rio voltou, mesmo quando depois foi «regulado» pelas barragens, a fazer estragos na décadas seguintes. Mas nunca como em 1909, naquele que foi certamente o momento de maior fúria destruidora do rio da sua história, mas que, apesar disso, manteve o Douro a marca de personalidade imprescindível da cidade”. In Grande Porto, 24/12/2009

Foz do Douro antigamente


Ruckinge encalhado no Douro – 24-3-1931


Cheia de 1962 na Régua
http://www.bv-pesodaregua.org/site/wp-content/uploads/texto8-cheias.pdf


Alfândega - marcação da cheia de 1962 – a cheia acima desta é a de 1909

Descrição da cheia de 1962


Cheia de 1962 vista de cima da Ponte Luis I




Foto Teófilo Rego


Foto de Teófilo Rego - 1962


Miragaia - 1962


Miragaia - 1962


Monchique - 1962


Aspecto do rio Douro e do Estaleiro do Ouro, durante a cheia de 1962. Destaque para a nau que foi construída para o cortejo fluvial, durante as comemorações do centenário da morte do Infante D. Henrique, em 1960.

Um rio foi vencido – interessante documentário da RTP - 1958 


Senhora do Mar encalhou, em Massarelos - Foi recuperado e teve uma longa vida útil. Mudou de nome em 1989 para Leone IV - Foi desmantelado em 1999.


Cais de Vila Nova de Gaia - 1962


Construído em 1957, o "Lanrick" era uma embarcação inglesa frequentemente vista no rio Douro. Em janeiro de 1962 encalhou...


 na zona do Candal, no local onde se construía o posto de gás da Mobil. Aí se manteve cerca de um mês e foi posteriormente desencalhado. 

You Tube – cheia de 1996 – Filme Gaspar Silva


Com a construção das barragens do Douro o caudal do Rio Douro desceu significativamente

As cheias do Douro de 1909 a 2003

You Tube – cheia de 1996 – Filme Gaspar Silva


Porta Nobre em 1860 – a ser destruída a quando da construção de Rua Nova da Alfândega.


Depois da tempestade vem a bonança… - foto de Manuel dos Santos – Setembro 2016

Pesca à linha na Foz do Douro, no rio e no mar


https://www.youtube.com/watch?v=6gfH1DmNmQg


Convento de Monchique com o rio sereno – foto Manuel dos Santos - 2016 

Velho Porto – sequência de fotografias