quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

TESTEMUNHOS E MEMÓRIAS SOBRE O PORTO - XXI

9.21 - A alma empreendedora do Porto, Industrias, Comércio, Bancos, Artes e letras, Obras de assistência.


Companhia Aurifícia - Rua dos  Bragas


Têxtil Graham, Avenida da Boavista, hoje o grupo residencial do Foco – ao fundo à esquerda a Fábrica Veludo (papeis pintados) e à direita a casa dos Gilbert na Rua do Pinheiro Manso.

Retrato psicológico do tripeiro: “É um homem de forte personalidade, animado de um nobre orgulho, de um grande espírito de iniciativa, duma franqueza rude, e de uma tenacidade testaruda, com uma certa aspereza na luta e no ganho, mas com uma lisa honradez nos negócios e uma fidelidade perfeita à palavra dada; um homem singularmente enobrecido por uma farta generosidade e um sempre comovido ânimo de bem fazer. É bairrista, mas é também – e sempre foi! – fervoroso patriota. Ama a sua cidade, mas também quere entranhadamente à sua Pátria”. Armando Marques Guedes em “O Porto e os portuenses”.


Fábrica Têxtil de Lordelo – 1903



Construído em 1843, em estilo neoclássico na Rua de Ferreira Borges, para servir de sede ao Banco Comercial do Porto, o edifício foi adquirido em 1933 pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.
Criado em 1835, o Banco Comercial do Porto obteve o privilégio de emissão de notas, até aí exclusivo do Banco de Lisboa. Com a fusão do Banco de Lisboa com a Companhia Confiança Nacional é criado o Banco de Portugal, instituição à qual é concedido em 1887 o exclusivo da emissão de notas em Portugal continental.
O Banco Comercial do Porto, no entanto, continuou em atividade até 1931, quando fechou as portas, incapaz de fazer face à corrida aos depósitos na sequência da Grande Depressão de 1929.


Acção de 100$000 reis do Banco Comercial do Porto


Nota de 10$000 reis - Nota de cem mil réis do Banco Comercial do Porto, c.1835-87.



1920


1924


Do Boletim dos Cambistas Portuenses retiramos a seguinte frase: “ Cidade Invicta ou cidade do Porto, quere dizer cidade do trabalho.
Os portuenses, sempre empreendedores e orgulhosos do seu esforço, reconhecem, e com razão, o valor das suas obras, iniciativas e realizações, isto é, o índice de progresso e civilização que o Norte tem atingido. O seu comércio e a sua indústria, pelas inúmeras instalações, quer comerciais, quer industriais, a rivalizar com as mais perfeitas organizações de todo o Mundo, tornaram os portuenses homens célebres pelo trabalho.
Ao comércio e à industria portuenses não faltam dignidade, nem honradez, nem sequer engenho, arte e cultivo literário e estético, as lucubrações do espírito e a curiosidade pelas ciências e aspirações sociais. 


Palácio dos Carrancas, Palácio Real e hoje Museu Soares dos Reis

As nossas bibliotecas e as vária galerias populares de arte, os nossos museus, atestam bem o interesse dos portuenses pelas letras e pelas artes.
Então, quando se fala sobre obras de assistência, é de uso e costume tirar-se o chapéu estando os portuenses”.



Preito de um lisboeta

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